sábado, 31 de janeiro de 2009

AERÓBICA A ENERGIA DA SAÚDE

Para que o homem possa desenvolver as atividades físicas que lhe competem, ou seja, trabalhar, exercitar-se, divertir-se etc., ou biológicas: crescer corporalmente enquanto criança, renovar as células depois de adulto, recuperar a saúde depois de doenças, contrair os músculos cardíacos e esqueléticos, conduzir os impulsos elétricos - entre eles os que controlam o batimento cardíaco - segregar hormônios, contrair os vasos sanguíneos e assim por diante, necessita de energias.
A fonte primaria dessa energia é o sol, entretanto, como o homem não está equipado para se abastecer diretamente, as plantas verdes executam esta tarefa. Retiram da terra e do ar moléculas inorgânicas de estrutura simples e as transformam, através da fotossíntese - um processo químico que utiliza como fonte de energia a luz do sol - em moléculas orgânicas de estrutura complexa como os carboidratos, gorduras e proteínas, ou seja, os nutrientes de origem vegetal que alguns animais ingerem in natura, e os homens consomem tanto in natura como processados. Estes últimos, contudo, como os animais carnívoros, podem adquirir esta energia alimentando-se de carne.
Estes alimentos, entretanto, necessitam ser transformados em um composto chamado trifosfato de adenosina (ATP) antes que possam ser aproveitados pelo organismo, e isso é feito por meio dos chamados orgânulos mitocôndrios que fazem parte da estrutura de cada célula: queimam as substancias nutritivas ingeridas, para produzir o calor necessário às funções vitais.
Eles se comportam como uma central energética destinada a transformar combustível em energia térmica. No entanto, para fazer isso, necessitam de oxigênio.
O organismo humano, para se oxigenar, foi dotado de um sistema que tem como entrada e saída um único conduto, a traquéia, que se exterioriza através da boca e do nariz. Esse sistema, entretanto, exige que se aspire, para depois exalar, uma certa quantidade de ar que não é aproveitado.


Considerando que o intercambio de gás - oxigênio-anidride carbônica – só acontece através dos alvéolos pulmonares, eis que o ar que entra e sai da traquéia e dos brônquios sem chegar aos pulmões, constitui um porcentual que onera os músculos da respiração sem ter nenhuma utilidade. Este percentual de ar que entra e sai sem participar do intercambio gasoso é chamado “caput mortuum”.
Vamos imaginar que aquelas partes das vias respiratórias que não tem como efetuar o intercambio gasoso, Por exemplo, a traquéia, brônquios etc., tenha uma capacidade de 150 centímetros cúbicos. Assim, se alguém respira profundamente (ex. quatro litros), este “caput”, ou seja, o ar movimentado inutilmente, constitui um percentual aceitável porque equivale a 3% ou 4%. Mas ao respirar normalmente (ex. meio litro – em regime de repouso o volume de ar oscila entre 0,4 e 0,9 L.), à parte deste meio litro que chega aos pulmões corresponde só a dois terços do ar respirado, porque um terço foi retido no espaço representado pela traquéia e os brônquios. Neste caso, o ar respirado inutilmente representa 30%.
A comparação é impressionante: quando respiramos profundamente, como, por exemplo, quando desenvolvemos uma atividade física - especialmente aeróbica - aspira-se 4 litros de ar e 97% deste ar é utilizado, mas quando se respira normalmente, ou seja, como faz o sedentário no dia a dia - sem praticar nenhum exercício - aspira-se mediamente ½ litro de ar e só se aproveita 70% dele.


Nesta figura, a ampola simboliza o aparato respiratório como um todo e, enquanto a parte estreita no alto representa as vias aéreas superiores - nariz, traquéia e brônquios - a forma arredondada inferior simula os pulmões.
Figura 1 - se o ar que entra e sai do aparato respiratório é pouco - porque o ato respiratório é superficial - o ar não chega aos pulmões. Podem-se respirar duas, dez ou cem vezes por minuto, mas o ar entra e sai inutilmente. A ação é cansativa, mas ineficiente.
Figura 2 – a quantidade de ar inspirado é um pouco maior do que no caso anterior, mas mesmo assim é insuficiente para oxigenar os pulmões. A cada respiração o volume de ar inspirado é igual à capacidade das vias aéreas. Mesmo nesse caso, aumentar o numero de respirações por minuto não surte nenhum efeito.
Figura 3 – a quantidade de ar inspirado chega aos pulmões, mas a respiração não é suficientemente profunda para oxigená-los satisfatoriamente. Um pouco daquele ar, mais precisamente o que excede a capacidade das vias aéreas, entra em contato com os alvéolos pulmonares e permite um certo intercambio. Neste caso, aumentar o numero de respirações por minuto ajuda, porque o ar que chega renova o que está nos pulmões, mas a respiração continua ineficiente: leva-se para dentro e fora uma certa quantidade de ar, mas só uma pequena parte dela chega a oxigenar o sangue. É este tipo de respiração que é praticado no dia a dia, em outras palavras, quando as pessoas não estão se exercitando fisicamente. Mesmo aqueles que praticam as caminhadas prazerosas, ou seja, andam sem que aja alteração do ritmo cardíaco, assim respiram.
Figura 4 – quando as respirações são profundas obtém-se o máximo de eficiência, porque a cada uma delas 97% do ar aspirado chega aos pulmões. Esta respiração é a praticada durante os exercícios de aeróbica como correr, marchar etc.
Mesmo assim, nota-se que na parte inferior arredondada - indicada por cor diferente, permanece uma quantidade de ar (oscila entre 0,8 a 1.4 Litros) que é chamada “Volume Pulmonar Residual”. Este ar, que no tempo sofre alguma deterioração, pode se converter em um fator de risco. Para renová-lo, existe uma técnica específica que em sânscrito é chamada “Sukha Pranayama” ou seja: “sukha” (prazeroso) “ayama” (controle) “prana” (sopro vital), um procedimento que se executa em quatro fases e também serva para que o individuo se acalme, se harmonize, se energize e se controle.
Fase um: inspirar vagarosamente contando de um a quinze, e depois expirar vagarosamente fazendo a mesma contagem (repetir cinco vezes).
Fase dois: inspira-se e expira-se como na fase um, retendo, porem, o ar nos pulmões - entre a inspiração e a expiração - enquanto se conta de um até 20 (repetir cinco vezes).
Fase três: inspirar contando até quinze, expirar contando até 15, mantendo entre a expiração e a inspiração os pulmões vazios enquanto se conta de um até 20 (repetir cinco vezes).
Fase quatro: completar a fase dois com a fase três (repetir cinco vezes)
Mas porque o oxigênio é tão importante? Porque é através dele que as células produzem energia, particularmente as células musculares.
Quando um músculo se contrãe e exercita uma determinada força, a energia que é utilizada para comandar a contração provem de uma substancia especial presente nas células chamadas ATP. O ATP é o combustível do corpo assim como a gasolina é do automóvel.
Quanto mais rapidamente e eficazmente as células musculares produzem o ATP, quanto maior será o trabalho que estas células poderão efetuar antes de se cansarem, isso porque, mesmo se as células retem em si mesmas parte desta energia, por esta parte ser limitada, precisam produzir continuamente o ATP para poderem continuar trabalhando. Em verdade, as células musculares alimentam a reserva de ATP utilizando três diferentes processos.
O sistema energético aeróbico: - A palavra aeróbica significa “com a presencia de oxigênio”. O sistema energético aeróbico para a produção de ATP, é predominante quando é fornecido para as células o volume de oxigênio necessário para satisfazer as exigências de produção de energia, lembrando que esta exigência pode ser mínima - por exemplo quando a musculação está em repouso, ou acentuada - quando em regime de esforço físico.
A maior parte das células, inclusive as musculares, contem estruturas chamadas mitocôndrios, estruturas estas que são usinas de produção de energia aeróbica (ATP). Maior é o numero de mitocôndrios em uma célula, maior é a capacidade desta para produzir energia aeróbica.
O sistema energético anaeróbico: - A palavra anaeróbica significa “sem a presencia de oxigênio”. (a produção anaeróbica de ATP acontece no interior da célula, mas fora dos mitocôndrios).
Estes dois sistemas energéticos são as fontes primarias de ATP, ou seja, são ativados quando as células não recebem a quantidade de oxigênio adequada para satisfazer as necessidades energéticas. Na ausência do volume de oxigênio indispensável, como acontece quando uma célula muscular precisa produzir uma grande força rapidamente (levantar um objeto muito pesado, por exemplo), a célula passa para o sistema anaeróbico, e este disponibiliza de imediato uma fonte de ATP.
Muitas células, como as do coração, do cérebro e de outros órgãos, possuem uma capacidade anaeróbica extremamente limitada. Portanto, estas células ou recebem oxigênio continuamente, ou morrem. Por exemplo, se uma artéria coronária (a que fornece sangue e oxigênio ao músculo cardíaco) se obstrui por acumulo de deposito de colesterol, por ela haverá uma redução do fluxo sanguíneo - chamado isquemia - traduzindo-se em insuficiência de oxigênio no músculo cardíaco - seja em regime de repouso como no de esforço físico - situação que freqüentemente produz uma sensação de dor e/ou de pressão no tórax chamada angina pectoris. Se faltar o suporte de oxigênio, como acontece quando se forma um coagulo de sangue em correspondência a uma obstrução da artéria, a área do músculo cardíaco – miocárdio - que se encontra além desse ponto, sofre um enfarte miocárdio, e se o fenômeno envolve grande parte do miocárdio o resultado é um enfarto fatal. Quando acontece no cérebro a isquemia pode originar um ictus.
Diferenciando-se do coração e do cérebro, os músculos esqueléticos, como os tricípites e quadricipitos, têm uma notável capacidade anaeróbica.
Os lipídios - ácidos gordurosos, e os carboidratos - a glicose, são duas substancias (substratos), que as células do corpo utilizam para produzir a maior parte do ATP. Enquanto as proteínas, que são constituídas de varias combinações de aminoácidos, não representam a fonte de energia preferencial. Em um individuo mal nutrido, as proteínas têm uma participação na produção de energia. Todavia, quando uma dieta não fornece a quantidade suficiente de calorias, o corpo é capaz de utilizar as proteínas armazenadas nos seus tecidos musculares para produzir a energia necessária, mesmo se este não é um processo ideal.
Em repouso, quando o sistema cardiopulmonar está capacitado a oferecer a quantidade de oxigênio ideal aos mitocôndrios das células musculares, os ácidos gordurosos e a glicose são utilizados para produzir o ATP. Em outras palavras, em repouso, a maior parte das ATPs necessárias são produzidas aeróbicamente, utilizando seja a glicose como os ácidos gordurosos. Em verdade, em repouso o corpo produz cerca de uma caloria por minuto e 50% desta caloria é produzida com a queima de gorduras mesmo se o individuo é sedentário. No caso de um atleta, para a mesma produção de calorias, são queimadas até 70% do dispêndio calórico em repouso.
Quando a intensidade dos exercícios aumenta, o sistema cardiovascular entra em regime de esforço para aumentar o fornecimento de oxigênio aos mitocôndrios dos músculos que estão sendo acionados para produzir aeróbicamente a quantidade de ATP necessária. Contudo, se a intensidade do exercício é ampliada, em um certo momento - determinado seja pelo nível de fitness do individuo como pelas suas características genéticas - o sistema cardiovascular torna-se incapaz de atender a demanda de oxigênio exigida pelos músculos que trabalham; então estes recorrem ao sistema anaeróbico para produzir rapidamente o ATP que precisam. A magnitude do exercício para a qual não é mais possível fornecer um adequado aporte de oxigênio, é chamada “limiar anaeróbico”, e este é alcançado antes de se chegar ao esforço máximo.
No entanto, o sistema anaeróbico não pode ser utilizado por um período prolongado, porque sua fonte primaria para a produção anaeróbica é a glicose contida nos músculos e no fígado, ou seja, o glicogênio, uma grande molécula constituída por correntes de glicose. Uma segunda fonte para a produção de ATP é o fosfato de creatina, uma molécula que pode ser rapidamente separada para conseguir ajuda na produção de ATP. Todavia, a disponibilidade de fosfato de creatina é extremamente limitada.
Algumas pesquisas desenvolvidas cerca de 20 anos atrás (J. Bergstom e outros) demonstraram que em um atleta bem treinado, os músculos armazenam somente a quantidade de fosfato de creatina - o conjunto é chamado fosfagênio - suficiente para dez minutos de esforço máximo.
Existem outros aspectos que envolvem o sistema aeróbico e anaeróbico, e estes são os resíduos gerados pelos dois processos. Os produtos descartáveis da produção aeróbica de ATP são a água e o anidrido carbônico, ambos bem tolerados pelo corpo e facilmente elimináveis, e é por isso que a produção aeróbica de ATP não provoca fadiga muscular, só exige que os líquidos eliminados através da sudoração sejam repostos. Não mais do que isso porem.
· O excesso de liquido é perigoso – Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e publicado no The New England Journal of Medicine, demonstrou que tomar água em excesso durante os exercícios físicos não só faz mal, como pode provocar a hiponatremia, que é a falta de sódio no sangue. A pesquisa realizada pelos pesquisadores de Harvard analisou amostras de sangue de 488 corredores, antes e depois da maratona de Boston de 2002. Mesmo se a maioria estava hidratada, 13% dos atletas beberam tanta água que apresentavam quadro de hiponatremia, com o estomago inchado, vomito, fadiga e perda de coordenação motora. Esses corredores haviam tomado em media três litros de água ou isotônico. Muita água provoca a diluição do fosfato de sódio que é o mineral que mantem o equilíbrio dos fluidos corporais e ajuda a conduzir os impulsos elétricos para os músculos, inclusive do coração. A ausência deste fosfato pode originar uma corrida de situações neurológicas severas como a dor de cabeça, desorientação e até parada respiratória. Hoje é recomendado que o esportista reponha em liquido exatamente o que perdeu durante o exercício, naturalmente pesando-se antes e depois.
A produção de ATP anaeróbica, ao contrario, segrega entre outras substancias o ácido láctico, e este, aumentando seus níveis nos muscolos, por um lado inibe a continuidade dos exercícios, e do outro causa dores repentinas – queimação - nos músculos que estão sendo exercitados. Alem destas dores os músculos enviam outros sinais quando chegam ao limiar anaeróbico, e um destes é a hiperventilação, ou seja, uma respiração mais veloz do que o necessário sinalizando que a produção de ATP anaeróbico é predominante.
O processo químico que o organismo utiliza para produzir o ATP depende de algumas proteínas chamadas enzimas. Estas são imprescindíveis para acionar a reação química que produz o ATP, seja aeróbicamente como anaeróbicamente. As enzimas que metabolizam as gorduras são diferentes das que metabolizam os carboidratos, assim como são utilizadas enzimas diferentes para metabolizar os carboidratos aeróbicamente, dos que são utilizadas para metabolizar os carboidratos anaeróbicamente. Desta forma, quando um individuo se exercita a uma intensidade abaixo do limiar anaeróbico, as enzimas aeróbicas que metabolizam as gorduras e os carboidratos são envolvidas na produção de ATP, mas quando o ritmo de exercitação é desenvolvido muito próximo do limiar anaeróbico, as enzimas anaeróbicas tem papel dominante na produção de ATP.
Concluindo: O treinamento aeróbico continuado - marchar, correr, pedalar etc. cinco vezes por semana, por exemplo, não só maximiza a queima de gorduras como foi constatado por meio das pesquisas abaixo (A), mas oxigena as células do coração e do cérebro - uma conseqüência benéfica porque estas células possuem uma capacidade anaeróbica extremamente limitada (B), elimina o excesso de líquidos existentes no organismo (C) e amplia a produção de ATP que é o combustível do organismo (D).
(A)- maximiza a queima de gorduras:
O esporte elimina as gorduras ruins que estão no sangue - O sangue contem duas categorias principais de lipídios: o colesterol e os triglicideros. Sabe-se que os dois ampliam as probabilidades de acidentes cardiovasculares. Ora, o exercício físico regular reduz, freqüentemente de forma acentuada, a taxa dos triglicideros e do colesterol ruim, enquanto aumenta o colesterol bom. Infelizmente, se a disciplina física é interrompida, este beneficio é transitório.
Pesquisa 1 – Nos indivíduos que apresentavam uma sobrecarga ponderal, o exercício físico associado a um regime hipocalorico pobre em colesterol e em gordura saturada, determina um aumento mais importante da taxa sanguínea do colesterol bom, o DHL, em relação a indivíduos que seguem unicamente um regime alimentar. Esta é a conclusão de uma pesquisa publicada no “New England Journal of Medicine” realizado sobre um universo de 264 homens e mulheres que apresentavam uma sobrecarga ponderal moderada.
Pesquisa 2 – A equipe medica escocesa do Dr. Findlay, do Hospital Universitário de Glasgow, Escócia, pesquisou o efeito de um programa de treinamento de trinta semana sobre a taxa dos lipídios e da pressão arterial de um grupo de sedentários com idade entre os 35 e 50 anos, que se preparava para a sua primeira maratona. A colosteramina caiu em 12%, os triglicideros em 22% e a pressão arterial em 10%.
Pesquisa 3 – Quando o medico deseja melhorar o equilíbrio sanguíneo lipídeo depois da menopausa, segue um tratamento hormonal substitutivo, o (THS), hoje discutível. Contudo, se aconselhasse a adoção de exercícios físicos seria muito mais acertado. É isso que emerge de um trabalho conduzido nos Estados Unidos sobre 71 mulheres ao longo de onze meses. Elas se deram conta que com o exercício físico - portanto abrindo mão do regime alimentar - sua taxa de colesterol total diminui, o colesterol ruim (LDL) seguiu o mesmo caminho e o colesterol bom, (HDL) aumentou. O simples THS fez diminuir o LDL e aumentar o HDL, sem intervir no colesterol total.
Fonte: Journal of the American Geriatrics Society, 4.03.1996.
(B)-oxigena as células do coração e do cérebro.
O esporte desenvolve o coração. Praticar regularmente o esporte modifica o comportamento do aparato cardiovascular e desemboca em um estado fisiológico particular bem conhecido: um coração forte, animado por contrações extremamente potentes e eficazes, e batendo a um ritmo lento. Diante de um esforço este coração reage com moderada aceleração que pode sustentar por muito tempo sem se exaurir. Depois, ele retorna rapidamente ao compasso natural de repouso. Concluindo: trabalha mais e se cansa menos.
Pesquisa 1- Uma pesquisa longitudinal analisou 1.453 finlandeses de idade media durante um período de cinco anos. Os homens que desenvolviam uma atividade física superior a 2.2 horas semanais, tinham um risco relativo de infarto do miocárdio três vezes menor dos que desenvolviam uma atividade física menos importante. Uma atitude cardio-respiratória elevada, medida com a máxima absorção de oxigênio, determinou uma redução similar do risco. Ao contrario, uma atividade física muito intensa pode aumentar o risco cardíaco, particularmente para os sedentários ou nos indivíduos pouco treinados.
Fonte: New England Journal of Medicine, 1993, junho, 2, p.1549.
Pesquisa 2 – No decorrer de um estudo multicentrico pediu-se a mais de 1.200 enfermos pos-infarto que recordassem a intensidade do seu esforço minutos antes do enfarte acontecer, e posteriormente suas respostas foram confrontadas com outras oriundas de uma população de controle. O risco relativo de infarto foi multiplicado por cem nos doentes que, não desenvolvendo exercícios físicos regulares, se submetiam a qualquer titulo a esforços físicos intensos. Contrariando esta situação, a medição de um esforço físico intenso, feito por pacientes que desenvolviam exercícios físicos cinco vezes por semana, só determinou um risco de 2.4.
Fonte: New England Journal of Medicine, 1993, dezembro, 2, p.1677.
Pesquisa 3 – Um estudo alemão confirma, por outro lado, estes resultados. Depois de um infarto do miocárdio é adequada uma readaptação cardiovascular através de exercitações de pequena intensidade para melhorar a qualidade de vida.
Outro estudo australiano submeteu 224 homens a oito semanas de readaptação cardíaca: um grupo a atividades de forte intensidade, e outro a exercícios físicos de baixa intensidade. Depois de dois anos os dois grupos possuíam a mesma capacidade de trabalho físico, de ansiedade e de bem-estar.
Fonte: BMJ, 1993, Nro. 13, p. 1244.
(C)-elimina o excesso de líquidos existentes no organismo.
O esporte faz emagrecer. - Quando a perda de peso é provocada por um regime alimentar, 50% do peso a menor tem origem nas gorduras localizadas, e o segundo 50% tem origem na diminuição da massa muscular. Este tratamento para emagrecer é difícil de ser mantido devido ao cansaço e as diversas tensões e frustrações que são provocadas pela própria tentativa de persistir no regime. Contrariamente, foi provado que indivíduos praticantes de exercício físico regular, que seguiam um regime caloricamente pobre, mantinham a sua massa muscular intacta porque a perda de peso decorria tão somente das gorduras localizadas. Assim sendo, a associação do regime alimentar com uma atividade física regular, é o meio mais eficaz para eliminar com exclusividade os “arredondamentos” de origem gordurosa.
A experiência: uma pesquisa realizada sobre um universo de 268 indivíduos com idade entre 25 a 49 anos com ligeiro sobrepeso, demonstrou que o exercício físico regular aumenta a eficiência de um regime com baixo teor de colesterol e de gorduras saturadas, alem de reduzir ainda a taxa de lipoproteínas plasmáticas.
Fonte: New England of Medicine, 15.08.1991
(D)- amplia a produção de ATP que é o combustível do organismo.
Quanto mais rapidamente e eficazmente as células musculares produzem o ATP, quanto maior será o trabalho que estas células poderão efetuar antes de se cansarem, isso porque, mesmo se as células retem em si mesmas parte desta energia, por esta parte ser limitada, precisam produzir continuamente o ATP para poderem continuar trabalhando.
Entretanto, se o home prossegue produzindo ATP ininterruptamente, existem outros aspectos importantíssimos: O primeiro é que, mantendo as células do seu corpo físico permanente-mente energizadas, estas não só se conservam por muito mais tempo eficientes, mas o seu ciclo de renovação (morte / nascimento) é constante. O segundo diz respeito ao consumo de “Fluidos Vitais”, porque manter as células do corpo físico permanentemente energizadas, é o único jeito de evitar que estas os suguem. Logo, além de viver saudável, quem se exercita constantemente, será privilegiado com uma maior longevidade.
No momento, entretanto, vamos continuar analisando o que dizem as 25 próximas pesquisas, a respeito dos benefícios que o exercício físico proporciona à saúde, deixando as explicações atinentes aos “Fluidos Vitais” para os respectivos capítulos.
01 - esporte desenvolve a inteligência: Inúmeras pesquisas demonstraram que os esportes de resistência – aeróbicos - como a corrida a pé, a marcha rápida, o ciclismo etc., quando são praticados sem fins competitivos, aceleram o transporte do oxigênio dos pulmões até as regiões mais distantes do organismo. Este aporte acelerado excita o cérebro a ponto de torná-lo mais eficiente em todas as suas funções, eficiência esta que se mantem continua se a atividade física se mantiver constante. Quem corre ou marcha como mínimo uma hora diariamente, sabe que esta afirmação é verdadeira, concordando portanto com Jean Ferniot, jornalista e escritor, que diz: Tenho ciência que o exercício solitário de manhã cedo favorece o meu pensar: de repente minhas idéias ficam mais nítidas, as imagens mais coloridas, os entrelaçamentos do raciocínio mais rigorosos e as palavras mais saborosas, como se a inteligência estivesse chegando através das pernas.
A comprovação cientifica: Alguns autores canadenses: H. Lavallée, R.J. Shepard e colaboradores, quiseram conhecer a influencia de um programa de atividade física de uma hora diária integrada a um programa escolar a respeito do desenvolvimento físico e intelectual de alunos de uma escola primaria. A pesquisa alongou-se por sete anos (1971-1977) na Universidade da cidade de Trois-Rivières no estado de Quebec, (Canadá). 546 crianças dos dois sexos, entre seis e doze anos, provenientes de uma área urbana (Trois-Revières) e de uma rural (Point-Rouge), foram recrutadas entre o ano de 1969 e 1971. O primeiro grupo permaneceu exercitando-se com o padrão habitual da escola que era de 45 minutos por semana: mini-basquet, voleibol, dança rítmica e exercícios de solo, e o segundo grupo adotou atividades físicas que se alongavam por cinco horas por semana: atlética, corrida, ginástica aeróbica, natação, bicicleta, patinação artística etc.
O primeiro resultado da pesquisa foi que, contrariando a opinião publica, a substituição de uma hora de estudo diária por um período idêntico de atividade física, em nada alterou o rendimento de aprendizado do aluno. Constatou-se alem disso que, em determinadas matérias, como por exemplo a matemática, o aprendizado dos meninos que se exercitavam uma hora diariamente foi superior ao do outro grupo, e todas as demais disciplinas, mesmo com a redução de uma hora de ensino diária, foram favoravelmente influenciadas. Por fim, o estado salutar dos dois grupos – comparando um com o outro – revelou-se idêntico.
Fonte: Lavallée H., Shepard R.J. et al. Activité Physique, Croissance et Development, in “Le Sport e L´enfant”. – Montpellier, éd. Euromed, 1980, p.483, pp.117-140.
02 - O esporte amplia a memória: Quando alguém para de fazer esporte durante algumas semanas, seus músculos se contraem e perdem a elasticidade. É por este motivo que recomeçar é difícil. A mesma coisa acontece quando o cérebro entra em inatividade: os neurônios adormecem. A memória, como o corpo, necessita funcionar ou trabalhar que é sinônimo de aprender. A célula base, o neurônio, é uma verdadeira usina energética que transmite impulsos nervosos.
Uma pesquisa cientifica apresentada recentemente no meeting da “British Association for the Advancement of Science”, na Inglaterra, demonstrou que os exercícios aeróbicos são efetivamente o melhor remedio para a estrutura e o funcionamento do cérebro, porque retardam, ou pelo menos limitam, os danos que são provocados pelo envelhecimento.
Para compreender e analisar quais são os principais fatores que contribuem para a manutenção de uma mente sadia e lúcida, mesmo em idade muito avançada, um pesquisador da Universidade de Dublin - Irlanda - Professor Ian Robertson, pesquisou dez anos de literatura cientifica de nível internacional chegando depois disso a uma singular certeza, ou seja, que o exercício aeróbico funciona como um “néctar mágico” porque mantem quem o pratica mentalmente jovem e muito ágil.
Robertson levou em consideração inúmeras pesquisas, e entre elas, particularmente a que analisou dois grupos de indivíduos alem dos sessenta anos durante quatro meses. Ao longo desse período, enquanto o primeiro grupo fazia longas caminhadas, o segundo se dedicou a exercícios de stretching. Resultado: depois dos testes, os indivíduos das caminhadas demonstraram que possuíam uma memória muito melhor do que aqueles do outro grupo.
Mas ouve outra pesquisa ainda mais determinante, porque ao fim desta, Robertson, que acompanhou um grupo de sexagenário que praticou exercícios aeróbicos durante tres anos, constatou que em nenhum deles ouve declínio de suas faculdades mentais.
Dois mecanismos, segundo o pesquisador, explicam estes resultados: os exercícios de aeróbica estimulam a produção de uma substancia química chamada “fator neurotropico derivado” (proteína BDNF) que estimula o crescimento o crescimento de novas células e a formação de novas conexões entre os neurônios. Alem disso, seguramente a aeróbica estimula no cérebro o crescimento de novos capilares sanguíneos que nutrindo as células lhe garantem a saúde por mais tempo. Analogicamente, significa dizer que os exercícios de aeróbica funcionam como adubo para o cérebro, porque ajudam os neurônios a brotar e a se renovarem.
Robertson, ainda, individualizou outros componentes que participam para a manutenção de um cérebro sadio, e estes são: vida ativa, trabalho, relacionamento social e uma sadia atividade sexual.
Fonte: Cybermed - Roma – 09 setembro 2005
03 - O esporte estimula a imaginação: O espírito, assim como o corpo, obtém benefícios de uma atividade física continua: esta é a conclusão de uma serie de experiências realizadas pela equipe americana do “Baylor College of Medicine”. 48 esportistas veteranos, sobretudo praticantes de corrida, não só possuíam uma condição física equivalente a dos seus colegas de vinte anos de idade e em boa forma, mas também um maior índice de inteligência, imaginação, independência e lealdade se comparados a media da população.
As qualidades de independência e imaginação não são inatas nos esportistas, mas aumentam proporcionalmente ao nível de treinamento físico. Mesmo os menos dotados, desde que assíduos na pratica deste esporte, não são excluídos desta benesse, porque a imaginação cresce na mesma proporção da distancia que é percorrida: a dos maratonistas de fundo é maior do que aos corredores de meio fundo e assim por diante.
04 - O esporte ajuda a refletir: A pratica regular de exercícios físicos, particularmente as atividades de resistência como a corrida, a marcha e o ciclismo, aparentemente desenvolvem a capacidade de raciocinar. Uma pesquisa revelou que em seguida a um programa de treinamento de quatro meses, com três seções por semanas, indivíduos de idade madura submetidos a testes matemáticos e de raciocínio lógico, conseguiam resultados bem melhores dos que haviam obtido antes de começar o treinamento.
05 - O esporte fortalece o esqueleto: O esqueleto do corpo humano é continuamente submetido à ação das células que fabricam e destroem substancias ósseas. As tensões exercidas pelas atividades físicas, particularmente as pedestres, constituem o estimulante mais adequado à manutenção do delicado equilíbrio que existe entre os processos de fabricação e destruição. É por esta razão que ao permanecer prolongadamente na cama provoca-se uma rápida descalcificação, seguida por uma atrofia da massa óssea, cujo conjunto determina o que é comumente chamada osteoporose. Esta conseqüência do sedentarismo aumenta consideravelmente os riscos de fissuras e até de fraturas ósseas. Ao contrario, uma sobreatividade sobre um osso não preparado determina uma remodelação na qual “a utilização repentina” torna-se um obstáculo para a cura.
Deve-se compreender que as estruturas ósseas “são construídas” sobre muitos anos de atividades físicas regulares que correspondem ao período em que as crianças crescem e se tornam adolescentes.
Assim sendo, a melhor prevenção contra a descalcificação é a pratica da corrida ou marcha forçada por 52 semanas por ano, não a interrompendo sem motivos sérios. Para aceitar isso se torna necessário recordar as conclusões de uma pesquisa cientifica efetuada com tenistas que jogavam regularmente, desde a adolescência, três vezes por semana. Esta pesquisa, particularmente significativa, demonstrou que a densidade óssea do braço que utiliza a raquete é superior em 30% a 40% ao do outro que não é utilizado.
A comprovação cientifica: Uma nova pesquisa confirma o beneficio da atividade física do tipo pedestre em relação à osteoporose - diminuição do tecido ósseo. Analisados entre 1981 e 1988 mais de 13.000 americanos anciãos, Annlia Paganini-Hill - Escola de medicina da Califórnia do sul - reencontrou uma tipologia bem conhecida: Um exercício físico rigoroso de como mínimo uma hora diária reduz o risco de fratura do baço em 50% dos homens, e o fumo multiplica por dois o risco de fratura do baço nos dois sexos.
Na mesma época foi confrontado o balanço ósseo de 41 corredores de maratona, entre os 50 aos 72 anos de idade, com 41 outras pessoas na mesma faixa etária que porem não eram desportistas, para determinar eventuais repercussões na densidade óssea devido à repetição do choque causado pelo impacto durante as corridas por longos períodos. Uma radiografia da primeira vértebra lombar permitiu determinar o teor mineral ósseo: os maratonistas, independentemente do sexo, apresentavam um volume mineral ósseo superior em 40% em relação ao outro grupo de 41 indivíduos que não praticavam o esporte.
Fonte: Lane N.E. et al: Long distance running, boné density and osteoarthritis,
JAMA, 1986, 225, n 9, pp. 1147-1151.

06 - O esporte cura a insônia: Para lutar eficazmente contra a insônia, o esporte é uma das medicações menos praticadas, contudo, talvez a mais segura. Uma atividade física ligeira, à noite, distende os músculos do corpo que tendem a se enrijecer depois da atividade estressante da jornada. Um passeio de 15 ou 20 minutos na esteira, deixa uma sensação prazerosa que extingue as conseqüências da carga emocional do dia, permitindo assim um sono profundo e reparador. Pesquisadores da Universidade de Stanford, publicaram em dezembro de 1996 as conclusões do trabalho que realizaram (publicado no J.A.M.A) a respeito da qualidade do sono, particularmente nas pessoas de idade entre os 50 e 70 anos que se queixavam deste mal. Estas foram submetidas a um programa de ginástica apropriada à sua condição física (aeróbica para os mais idosos e marcha e bicicleta para os demais), que no seu todo não excedia três horas semanais. Os resultados foram muito auspiciosos: antes da terapia não dormiam mais do que 4-5 horas por noite, e mesmo assim, para adormecer levavam mediamente 40 minutos. Depois do sexto mês em media ganharam 45 minutos de sono e o tempo para adormecer reduziu-se em mais de vinte minutos.
07 - O esporte faz cair à pressão arterial: A corrida provoca, de acordo com a distancia percorrida e a sua freqüência, uma redução da pressão arterial que se prolonga entre quatro a dez horas depois do fim do treinamento. A corrida determina uma vasodilatação generalizada nos vasos sanguíneos, em particular nos musculares e cutâneos, induzindo um abaixamento das resistências periféricas.
O Dr. F. Messerli, da Nouvelle-Orléans no estado do Missipi, diz que um exercício físico, suficientemente intenso e prolongado, freqüentemente provoca uma perda hidro-eletrolitica - água e sais minerais - e a pratica cotidiana da marcha ou da corrida, determina um efeito diurético com fuga de sódio, que equivale à ingestão diária de um fármaco diurético.
Pesquisa 1 - Um estudo realizado pelo Hospital John Radcliff de Oxford e publicado no “The Lancet” no dia 8 junho de 1991, Nro. 337, págs, 1363-1368“ sob a direção de V.K.Somers (Iowa City, USA), demonstrou que um treinamento intensivo e prolongado permitiu reduzir a sistólica de 9 mmHg e a distolica de 7 mmHg em indivíduos que possuíam uma hipertensão limite.
Entre os meios terapêuticos não farmacológicos, como o controle de peso ou o regime hiposodico, o exercício físico foi objeto de estudos que até recentemente nada concluía alem de alimentar polemicas. Com o objetivo de buscar uma resposta exata e confiável, 16 voluntários – 12 homens e 4 mulheres com o perfil de hipertensos - ofereceram-se como voluntários para avaliar os efeitos de um treinamento físico de seis meses, em relação ao destreinamento baroriflexo, da pressão ambulatorial e do sono.
A “hipertensão arterial limite” era representada por uma intensa pressão arterial sistólica alem dos 140 mmHg, e a distolica de 90 mmHg. Fatores de risco cardiovascular (álcool e fumo), e tratamento farmacológico inferior a seis meses, constituíam os principais critérios de inclusão.
Para oito destes pacientes que se submeteram a um regime físico digno da Royal Canedian Air Force - corrida e aeróbica intensiva 3-4 vezes por semana - as medições foram efetuadas antes e depois de seis meses de tratamento, enquanto que para os outros oito, que também se submeteram à mesma disciplina física, as medições foram realizadas quatro meses após o termino dos exercícios. Este ultimo teste teve como conseqüência o abaixamento da pressão arterial de repouso para 9 mmHg a sistólica, e 7 mmHg a distólica, enquanto que a pressão laboratorial abaixou respectivamente 5 e 8 mmHg. Este ganho foi considerado suficiente para conseguir um efeito cardio-protetor, porque ampliou a variabilidade do espaço R-R (índice da freqüência cardíaca), enquanto que durante o sono, mesmo se este espaço permaneceu alongado, os pesquisadores não registraram nenhuma redução da pressão arterial. Concluíram assim que, mesmo com esta modesta redução da pressão, esta ultima pode ser suficiente para recolher entre os limites da normalidade a pressão arterial para a qual está em discussão um tratamento farmacológico.
Pesquisa 2 – Uma atividade física regular leva a uma redução de 10 mmHg um hipertenso moderado (140-180/90-105).
Correr, marchar, pedalar ou fazer ginástica, são exercícios que podem abaixar tanto as cifras sistólicas como as distolicas, é explicado na revista da “American College of Sport Medicine” de fevereiro de 1996. Uma pratica moderada é aparentemente mais eficaz do que uma intensa. É uma boa noticia porque na maior parte dos casos os hipertensos são idosos. O ritmo preconizado é de 3 a 5 vezes por semana durante um período de 30 a 60 minutos, durante os quais a freqüência cardíaca deverá se manter entre o 50-75% da maximal, ou seja, entre 80 e 120.
08 – O esporte favorece o retorno venoso: Quando uma pessoa se levanta da cama, a circulação venosa das pernas tem que se processar de baixo para o alto, ou seja, no sentido inverso à gravidade. Para que isso aconteça, dois fatores intervem para comandar a ascensão do sangue ao coração. O primeiro é que a base venosa plantar de Lejars assume o papel de uma verdadeira esponja no nível da planta dos pés (isso ocorre durante a marcha e todas as demais atividades pedestres), porque cada vez que um pe se apóia no solo, provoca, através da pressão que é exercida, a achatação da base venosa, e esta, por reação, empurra o sangue para o alto.
O segundo fator reside na contração dos músculos da barriga da perna, e, considerando que todas as atividades pedestres provocam (algumas mais e outras menos), a contração e o relaxamento desta musculação dos membros inferiores, eles se transformam nas engrenagens de uma bomba que leva a uma alternância constante de baixa e alta pressão nas veias profundas. A contração muscular as comprime: e assim o sangue é empurrado para o coração, mas quando a musculação relaxa, as veias intramusculares se enchem do sangue dos troncos venosos devido ao efeito de aspiração. Desta forma, a continua contração e relaxamento dos músculos das pernas, durante estes exercícios, se transforma em uma massagem sobre as veias. Por este motivo constituem o motor principal da circulação venosa.
09 – O esporte consolida o peito: Por ser a pele a única e real sustentação das mamas, quando com o transcorrer dos anos esta perde a sua elasticidade (fenômeno natural acentuado pelo sol, pelos regimes esvazia/enche, pelos esportes violentos ou pela ausência de musculatura, particularmente do peitoral), o conjunto do seio gruda na face anterior das costelas por meio de dois músculos do peito cujo desenvolvimento não é trascurável no perfil de um peito. Em verdade, são os dois únicos elementos que podem ser ativados eficazmente pelo exercício físico, porque o seio não é “deitado” sobre o tórax, mas sobre este é suspenso.
Para verificar isso é suficiente fechar ao máximo as mandíbulas em um sorriso forçado, repetindo sucessivamente com a boca o “X” e o “O”. Constata-se, assim agindo, que a pele do pescoço se contrai, e a parte superior do busto assume um movimento ascendente. Aconselha-se a repetir este exercício diariamente para ativar a pele do pescoço, que é o músculo que suporta parcialmente o peso do seio.
Se não é proibido abandonar o soutíen por alguns dias, por algumas semanas por ano, ou em cartas ocasiões, não se deve exigir demais do tecido de sustentação relativamente fraco que envolve a glândula, em particular em certas condições que necessitam da proteção efetiva do soutíen, ou seja, na gravidez, na amamentação e na maior parte dos esportes, especialmente os que exigem fases de corrida. Costas retas e tonificadas, aliadas a um tórax suficientemente desenvolvido, são as condições que permitem aos seios repousar sobre uma base inclinada e não vertical, valorizando deste modo o peito, dando-lhe, ainda, maior solidez. As mulheres que jogam tênis assiduamente reportam que, desde que começaram a jogar, seus seios se tornaram mais firmes e tonificados. Este feliz resultado, aparentemente, é provocado pelo movimento dos braços que fortalece os músculos do peito.
A natação é com certeza o esporte mais eficaz para dar aos seios forma sexy, porque nadando, preferencialmente de costas, toda a musculatura do peito é ativada graças aos movimentos amplos e regulares dos braços.
10 - O esporte é uma proteção contra os problemas cardíacos: O esportista assíduo, se estiver em boas condições físicas (a boa condição física é uma decorrência da pratica esportiva), tem menores riscos de morrer quando em repouso por causa de um ataque cardíaco, em comparação a um sedentário em plena inação. Nos Estados Unidos conta-se uma morte improvisa a cada sessenta segundos, e na França uma a cada sete minutos. Enquanto isso, entre os esportistas, conta-se, por exemplo, um decesso a cada 52 anos devido à corrida. Lendo isso, com certeza, muitos gostariam de ter acesso a estes misteriosos cálculos.
Maratona de Nova York: um decesso em 17 provas (1970 – 1986), ou seja, um morto entre os 129.756 atletas que participaram das 17 corridas. O tempo médio de um percurso de 42.195 Km. chega perto de três horas (210 minutos), e isso equivale a um decesso a cada 52 anos. Outra vantagem: a possibilidade de sobrevivência depois do primeiro ataque cardíaco é 2-3 vezes maior naqueles que precedentemente exerciam atividades físicas.
11 - O esporte previne a diabete: Na França existem cerca de 150.000 diabéticos insulino-dependente (tipo 1) que são obrigados a diariamente tomar uma injeção de insulina. Por outro lado, tem um grupo de 800.000 diabéticos com sobrepeso, muitos deles utilizando drogas medicinais, que são obrigados a seguir um regime para emagrecer (tipo 2). Nos dois casos, um exercício físico regular de resistência (corrida ou marcha), favoreceria a absorção da glicose pelas células diminuindo por conseqüência a necessidade de insulina ou medicamentos hiperglicêmicos. Os diabéticos não insulino-dependente (a maior parte tem sobrepeso) caracterizam-se por excesso de gordura e glicose sanguínea, que uma atividade muscular queimaria com muita facilidade.
Pesquisa 1 – Os indivíduos que praticam com regularidade exercícios físicos reduzem os riscos de um dia virem a sofrer de diabete. Essa é a revelação de uma pesquisa conduzida na Universidade de Stanford, Estados Unidos, sobre um universo de 5.990 homens que deixaram a Universidade da Pensilvânia nos anos 30 e 40, e que responderam a um questionário a respeito das suas atitudes de vida e saúde entre 1962 e 1975. Segundo este estudo, os indivíduos reduzem em 6% os riscos de serem acometidos pela diabete a cada 500 calorias que queimam semanalmente através de exercícios físicos. Conclusão: mais o corpo é movimentado, mais calorias são queimadas, e mais calorias o individuo queima, mais distante se mantem da diabete.
Pesquisa 2 – Um estudo realizado sobre um universo de 100.000 enfermeiras americanas, demonstrou que a incidência da diabete insulino-dependente é inversamente proporcional à manutenção de uma disciplina esportiva semanal. O exercício físico é tão benéfico na mulher obesa quanto a ausência de sobrecarga ponderal. O sedentarismo é desde muito tempo denunciado como um fator de risco cardiovascular, assim como há muito tempo é afirmado que o exercício físico é um balsamo benfazejo para a saúde.
A pesquisa epidemiológica americana (Nurses Health Study) aponta um elemento adicional para estimular a população feminina a praticar esportes. Publicado em 1976, este estudo incluiu 121.700 enfermeiras com idade entre 34 e 59 anos que não tinham diabete e muito menos tendência a ela. Depois de oito anos de acompanhamento, verificou-se que 1.303 dela desenvolveram a DNID. O acompanhamento regular destas mulheres, a entrevista, e exames clínicos a cada dois anos, permitiram aos pesquisadores estabelecer uma correlação negativa entre o surgimento da diabete tipo 2 e a ausência de uma atividade física regular.
O esporte equivale a uma ação preventiva não somente contra os obesos, mas também nos indivíduos com peso normal; seus efeitos benéficos não provem unicamente de uma redução do sobrepeso, mas concomitantemente da diminuição da insulino-dependencia que leva ao DNID. Por outro lado, a incidência da DNID, aparentemente, não é influenciada pela freqüência da atividade física, o que significa que é suficiente praticar um esporte uma ou duas vezes por semana, desde que o esforço seja sustentado e suficientemente intenso.
“É necessário transpirar abundantemente”, explica a Dra. Joann Manson da Universidade de Harvard, responsável por esta pesquisa. Estes resultados corroboram as conclusões de uma pesquisa conduzida sobre uma população exclusivamente masculina que foi publicada no “New England Journal of Medicine” em 18 de julho de 1991.
Pesquisa 3 – Nos indivíduos normais, assim como naqueles que tem resistência à insulina (um dos parentes é a diabética), o exercício físico aumenta a sensibilidade à insulina induzindo à síntese muscular do glicogênio e favorecendo o transporte da glicose no músculo. Esta afirmação é o reflexo do estudo realizado pelo Dr. G. Perseghin da Yale University, New Haven, publicada no “New England Journal of Medicine” em 31 de outubro de 1996.
As crianças diabéticas não insulina-dependente tem seu risco aumentado para se tornarem (DNID). Este é geralmente precedido por uma resistência à insulina, que provavelmente assume uma parte importante na patologia da diabete. O exercício não só melhora a sensibilidade à insulina, como pode prevenir ou retardar o aparecimento do DIND. Hoje este mecanismo é sobejamente conhecido.
12 - O esporte fluidifica o sangue: A inatividade favorece a preguiça sanguínea, sobretudo quando o individuo está sentado, porque esta posição, que comprime as coxas, dificulta o retorno do sangue ao coração. Mesmo as roupas muito estreitas contribuem eficazmente para a diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo. Ao contrario, uma atividade física regular melhora a fluidez do sangue porque distribui os elementos que favorecem os coágulos e diminuem o assemblamento das plaquetas sanguíneas.
As mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais, estão acentuadamente expostas às obstruções venosas – trombose - e para evitar isso, ou curar-se quando sofrem deste mal, o inicio contíguo de um programa esportivo adequado, dá uma resposta imediata e radical.
Pesquisa 1 – Segundo um estudo publicado em 1981 no New England Journal of Medicine, os exercícios físicos regulares aumentam a capacidade do organismo de dissolver espontaneamente os coágulos sanguíneos. Em efeito, se um coagulo bloqueia uma artéria do coração ou do cérebro, passa a existir de imediato um risco de crise cardíaca ou congestão cerebral. Através do exercício físico continuo, o organismo reage por si só por intermédio da fibrinolisi, um processo bioquímico que desagrega o coagulo. A solução mais eficaz para estes casos é o treinamento físico, mais eficaz porque é um processo que impede que o órgão afetado pelo coagulo seja seriamente danificado.
A pesquisa desenvolvida pela Duke University de Durhan – Carolina do Norte – U.S.A. – consistiu na medição do grau de atividade desta reação antes e depois de 10 semanas, cada uma delas com três seções de corrida de 30 minutos. Estimulando a formação de coágulos por compressão, com a ajuda de um sfigmomanometro, depois do treinamento constatou-se um acentuado aumento da taxa de atividade fibrinolitica nos 69 voluntários, mais pronunciado ainda nos indivíduos, homens e mulheres, cuja taxa já era preliminarmente pouco elevada.
Pesquisa 2 – Um estudo desenvolvido pela Universidade de Washingtos – Seattle, publicado na edição de maio de 1991 na revista americana “Circulation”, demonstra que o exercício físico aumenta significamente a atividades das enzimas trombolitica nas pessoas idosas. Em 13 homens, com a idade entre 60 e 82 anos, submetidos por seis meses a 4-5 seções semanais de 45 minutos de marcha, corrida ou bicicleta, a atividade trombolitica aumentou mediamente 39%.
Sabia-se que um exercício físico intenso provocava um breve pico da atividade trombolitica, mas os resultados atuais demonstram que esta atividade se mantem na mesma medida em que é mantido o exercício físico.
13 - O esporte fortalece a coluna vertebral: O conjunto ósseo que forma a coluna vertebral é mantido unido pelos ligamentos; tendões, e os músculos que se apóiam sobre diferentes ossos e que são soldados nas vértebras apófise, spinose e transversas. Este sistema de amarração, por intermédio dos discos intervertebrais, permite a mobilidade multidirecional da coluna, aliada a uma simultânea solidez.
A espinha dorsal realiza corretamente sua função de proteger a arvore da vida (miolo e nervos), só com a condição de que a estrutura muscular, e a dos tendões, sejam diariamente solicitadas e mantidas ativas por meio de atividades físicas. Em verdade, só o movimento constante mantem a força e a solidez deste sistema de amarração, assim como a elasticidade que os discos tem que manter, particularmente porque sua irrigação sanguínea é praticamente nula, uma vez que são alimentados pelo sistema linfático.
Este sistema, no entanto, contrariamente ao sanguíneo, não trabalha sob pressão. Os amortecedores (os discos intervertebrais), assim sendo, devem procurar por si mesmos manter suas necessidades de liquido a debito de todos os tecidos hidratados que estão ao seu redor, e este bombeamento é executado graças aos movimentos de inspiração que acontecem justamente quando o disco é alternadamente tensionado e relaxado por meio das oscilações da coluna vertebral. A melhor tática preventiva para evitar os males da coluna, é fazer marchar quase que diariamente o esqueleto. A validade desta afirmação é ratificada por todos aqueles que, sofrendo dores lombares crônicas, se livram delas depois de algumas semanas de constantes atividades pedestres.
14 - O esporte reforça a cartilagem: Uma atividade física é necessária para uma boa nutrição da cartilagem articular. Durante um período prolongado na cama, quando uma articulação é imobilizada pelo gesso ou uma bandagem, a cartilagem se afina. Inversamente, ela tende a se engrossar sob a influencia do movimento, mesmo se este é de breve duração; o simples fato de correr por 10 ou 15 minutos, por exemplo, já exerce um efeito benéfico sobre as articulações dos joelhos. Em verdade, uma certa quantidade de liquido penetra, a partir dos ossos, nas cartilagens, facilitando-lhes o funcionamento; elas podem exercer com mais facilidade a tarefa de amortizar, e suas superfícies de contato se ampliam, reduzindo, desta forma, a pressão por unidade de superfície. Alem disso, esta cartilagem que não possui vasos sanguíneos, é mais bem irrigada e conseqüentemente melhor alimentada pelos materiais de manutenção. A totalidade desses aspectos favorece o crescimento e a multiplicação das células cartiligenas.
Inúmeras observações efetuadas também sobre animais, confirmaram a realidade destas alterações benéficas. Quando, por exemplo, são mantidos imobilizados coelhos por uma hora, suas cartilagens articulares se afinam em cerca de 10%. Ao contrario, quando estes retornam à sua atividade normal, suas cartilagem se ampliam em espessura de 12% a 16% logo nos primeiros dez minutos. Destas observações derivam duas medidas preventivas: as tendinites e as lesões articulares, ao longo de uma atividade intensa, podem ser evitadas se for praticado um aquecimento (exercícios leves e alongamentos musculares) preliminar de 10-15 minutos.
A cartilagem, ampliando sua espessura, passa a se comportar como um eficiente amortizador, contribuindo assim na proteção dos ligamentos e dos músculos, assim como a própria articulação.
A artrose, da mesma forma, pode ser prevenida praticando regularmente, e em doses racionais, uma atividade pedestre ao longo de toda a vida.
Um recente estudo efetuado sobre corredores, demonstrou que não existe influencia em relação ao número de anos que correram, ou a distancia percorrida (sempre considerando um mínimo de 40 Km. semanais), em relação ao surgimento rápido ou mais freqüente da artrose. Definitivamente, quem deseja conservar as próprias articulações em bom estado, tem que submetê-las a um treinamento físico regular. Essa necessidade se acentua com a idade: em efeito, a elasticidade natural da cartilagem articular e dos demais tecidos que a envolvem, tende a diminuir.
Exercícios praticados regularmente inibem esta particularidade. Para que as atividades pedestres não sejam desfavoráveis às articulações, é necessário praticá-las sem sobrecarga, não caminhar, marchar ou correr com uma ferida músculo-tendinea ou osteo-articular não curada, e corrigir todos os defeitos morfo-mecanicos - perna mais curta, hiperpronação ou hipersupinação etc.
A comprovação cientifica:
Os resultados de uma pesquisa que se alongou por cinco anos sobre 498 corredores -corriam mediamente 40 quilômetros por semana a onze anos - em comparação a 365 indivíduos que não praticavam o esporte, demonstraram que a corrida a pé ou outros exercícios físicos que sobrecarregam as articulações, não aumentam os riscos de problemas osteo-articulares e, em particular, a degeneração da artrose óssea. Em efeito, comprovou-se que os corredores apresentavam uma impotência física inferior e uma capacidade funcional melhor em relação aos 365 indivíduos com a mesma faixa etária.
Os corredores, no curso do seu envelhecimento, demonstraram ser menos afetados pelos problemas osteo-articulares, porque os problemas médicos maiores foram significamente mais freqüentes entre os indivíduos não corredores. Alem disso, no período, o grupo corredor registrou um numero de consultas medicas um terço menor do que foi anotado no grupo não corredor.
15 - O esporte reduz os acedentes no trabalho: Uma pesquisa realizada na Itália pela Associação para a Promoção do Esporte no mundo do trabalho (ASMT), com a finalidade de colher informações a respeito do desempenho daqueles que praticam atividades físicas enquanto no ambiente do seu trabalho, demonstrou que os esportistas sofrem menos acidentes no trabalho, o numero de ausências por razões de doença são menores e mais curtas, e suas qualidades profissionais: desempenho, resistência e dinamismo, são sempre superiores a media.
16 - O esporte prepara a mulher para o parto: Uma pesquisa realizada pela Universidade de Áquila, na Itália, demonstrou que o exercício físico de tipo aeróbico praticado durante a gravidez, diminui a percepção dolorosa e o nível de stress nos momentos antes, durante e após parto. Os pesquisadores acompanharam 36 mulheres durante sua segunda ou terceira gravidez, e para efeito de comparação as dividiram em dois grupos, um dos quais passou a praticar seções semanais de aeróbicas sobre bicicleta ergonômica, enquanto o outro permaneceu sem se exercitar. A pesquisa visava definir em que medida o exercício físico podia aumentar a taxa de endorfinas sanguíneas. Em efeito, o aumento da beta-endorfina durante o trabalho de parto é a conseqüência das contrações uterinas, e pode ser considerada uma alternativa analgésica. Os resultados do estudo, evidenciaram um aumento significativo de beta-endorfinas, no grupo de mulheres que se exercitaram em relação ao grupo de controle, e esta diferencia se manteve durante todo o tempo do parto, tempo esse que demonstrou em escala visual a diminuição da percepção dolorosa.
Alem desses aspectos ligados ao parto, o grupo de mulheres ativas demonstrou um abaixamento da taxa sanguínea de colesterol, dos hormônios do crescimento e da prolattina, que são os indícios biológicos do stress.
Fonte: American Journal of Obstretics and Gynecology, 1989, Nro.160, pp.707-715.
17 - O esporte ajuda a parar de fumar: Uma pesquisa realizada por Koplan e colaboradores, a respeito dos benefícios da pratica esportiva como a corrida a pé, demonstrou que o exercício físico alem de gerar benefícios diretos sobre o sistema vascular, também oferece inúmeras vantagens indiretas que no tempo se tornam ainda mais importantes. Por exemplo, o efeito que ajuda a parar de fumar, um fator de risco comumente refratário aos tratamentos habituais. Os pesquisadores observaram que os esportistas assíduos percebem estes benefícios que se transformam em mudanças de comportamento individuais. Assim, 80% dos homens, e o 75% das mulheres que fumavam no inicio da pratica esportiva, pararam pouco tempo depois. Nos homens, mas não nas mulheres, a decisão de parar de fumar estava relacionada com a distancia semanalmente percorrida, e não com o numero de anos de pratica esportiva. Alem disso, a decisão de parar de fumar foi claramente mais freqüente entre os corredores mais assíduos, em relação aos que tinham interrompido o esporte.
18 - O esporte facilita a digestão: O exercício acelera o transito intestinal, desta forma, a refeição daqueles que praticam marcha ou corrida, atravessa todo o aparato digestivo em 4-6 horas, enquanto que para a maior parte dos indivíduos que não praticam esporte, a digestão se estende entre 12 a 24 horas. Naquele que se exercita continuamente, o contato alimento-celulas intestinais é mais curto, e assim sendo, a absorção energética não é total, acontecendo à mesma coisa durante o consumo de um lanche. Ao contrário, para o sedentário, a refeição tem transito lento o que corresponde a um aumento da assimilação intestinal e conseqüente aumento de peso. Alem disso, a constipação, ”enfermidade” tipicamente feminina, é totalmente desconhecida por aquelas que praticam regularmente atividades físicas.
19 - O esporte na luta contra o câncer: De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard, Estados Unidos, sobre 17.000 homens entre os 30 aos 79 anos, marchar 30 a 40 minutos cinco vezes por semana, é suficiente para reduzir em 50% o risco de câncer no cólon, em relação ao que é observado entre a população que se mantem sedentária (Dr.Lee, Journal of the National Câncer Institute, 18 setembro 1991). E este beneficio se mantem associado a atividade física, uma vez que diminui rapidamente quando esta cessa. Assim sendo, a atividade física, no caso a marcha, deve ser mantida ao longo de toda a vida, em outras palavras, não deve cessar nem depois dos 60 ou 70 anos.
Para explicar a sua observação o Dr. Lee diz que o “transito acelerado” do material em fase digestiva nas pessoas que praticam esportes, reduz o tempo de exposição do cólon aos elementos cancerígenos que se encontram nos alimentos.
20 - O esporte exalta o sexo: A maioria das pessoas que se sujeitam a um programa de treinamento, percebe logo após as primeiras seções que seu bem-estar, seu dinamismo pessoal, aumenta como se tivessem reinjuvenecido. Este efeito se estende à vida sexual. Pesquisas conduzidas sobre homens que se empenharam em um programa de corrida a pé com a duração de nove meses, demonstraram que a freqüência mensal de seus relacionamentos sexuais se elevou de 7 antes do inicio do programa, para 12 ao seu termino. Outro estudo, agora relacionado a 25 mulheres, demonstrou que depois de um período de três meses de treinamento aeróbico, a freqüência da atividade sexual havia aumentado em 30%.
Outro estudo, agora sobre um leque de indivíduos maior e de diferentes faixas etárias, revelou que as pessoas fisicamente ativas, em sua maior parte, têm uma vida sexual muito mais intensa do que os demais.
As causas deste fenômeno ainda não são claras, mas é lógico pensar que a melhora da estabilidade emocional, e da capacidade de relaxamento que se obtém com a atividade física, incidem beneficamente também no comportamento sexual.
“Como em todos os demais processos fisiológicos, também a função sexual é exercida mais eficientemente quando o individuo conta com uma boa saúde” diz o celebre sexólogo Dr. William Máster. Em verdade, a atividade esportiva melhora a performance do coração, dos tecidos sanguíneos que favorecem a irrigação muscular, e em particular aquele do órgão extensível. Desta forma, uma corrida ou qualquer outra atividade física continua e sustentada, determina um aquecimento corporal que, segundo a distancia percorrida, pode se prolongar de alguns minutos para muitas horas. Sabemos que o calor estimula a libido, assim como, na medida em que a fadiga mental causada pelo stress é diminuída, diminui também a inibição sexual.
Ao contrario, uma superdose de atividade física torna-se anafrodisiaca, como é o caso dos maratonistas que superam os 25 Km. de treinamento diário. Um deles conta que: “se acrescento ao longo de uma semana 135 Km de percurso as oito oras de trabalho diário, não me sobra muita energia para o treinamento na cama”. Minha esposa, que não é maratonista, sabe de cor que no dia que corro 25 Km. sou sexualmente inutilizável.
Estudos realizados por pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, cujos resultados foram recentemente publicados no jornal da Associação Medica Americana, acrescentam sustentabilidade cientifica às constatações empíricas assinaladas pelos corredores. Demonstram que nos homens que tem o habito de correr mais do que 60 Km. pos semana, há uma queda de produção hormonal (testosterona), fator este que pode provocar a queda do apetite sexual. O universo analisado contou com 31 maratonistas e 18 homens sedentários.
21 - O esporte cura reumatismos: Um autodidata, Christian Perini, relata seu caso pessoal. Vitima de uma poliartrite reumatóide, afecção que ataca as articulações e determina degenerações que invalidam, encontrou no esporte uma terapia inesperada, porque todos os reumatologos que consultava o desaconselhavam a retomar seu esporte preferido, o ciclismo.
Para suportar a sua doença inflamatória dependia de fortes doses de remédios diários, entretanto, vendo que havia vitimas deste mal que mesmo medicadas tinham que ficar imobilizadas em uma poltrona ou na cama, decidiu tentar fugir daquele destino retornando progressivamente a se exercitar com a sua bicicleta. Ele conta: ao mesmo tempo em que eu aumentava a distancia percorrida e os esforços com este fim, que observava a higiene e a dietética esportiva, minhas dores e a minha dependência dos fármacos diminuía. Deste modo, comecei a correr com pessoas sadias. Resultado: depois de 14 anos de vida em comum com a poliartrite reumatóide, mesmo se não renasci, dificilmente estou impedido para o trabalho, meus remédios diminuíram e minha atividade diária é muito mais intensa e prestativa daquelas de numerosas pessoas sadias. Todavia, alguns médicos ainda são incapazes de acreditar que eu participo de competições esportivas.
Devemos recordar, diz ele, que o ilustre cirurgião Christian Bernard, autor do primeiro transplante cardíaco em 1967 e professor da Universidade da Cidade do Cabo, na África, foi atingido pela artrite com a idade de 37 anos. Em seu livro “Mieux vivre l´artrite et les rhumatismes“, Edition Manges 1984, ele transmite a sua experiência a milhões de vitimas desta doença. Os ajuda a gerenciar a dor e as crises através de exercícios e terapias, recomendando-lhes a melhor atitude mental para que a vida seja mais fácil.
22 - O esporte acelera o crescimento. - O aspecto biométrico, ou seja, a altura, as medidas e o peso, é um dos mais ignorados entre os efeitos do esporte. Geralmente admite-se que o esporte desenvolve, contudo, não havia pesquisas a este respeito. Um estudo realizado na Bélgica pelo Dr. Xavier Sturbois, a respeito da evolução biométrica das jovens universitárias que estão se preparando para o diploma em educação física, e assim sendo, submetidas a uma atividade física intensa e diversificada, concluiu que esta pratica esportiva intensa tinha efeitos importantes no desenvolvimento físico. No inicio de seus estudos, com 18 anos, as que se propõem se tornar educadoras físicas, já são mais altas (1,654 contra 1,625), mais pesadas (56,7 Kg contra 53,3 Kg.), tem uma melhor capacidade vital (3,4 contra 3,3), e um perímetro torácico de (85 contra 78 cm) respeito a media da sua idade. Estas moças praticam ao redor de uma dezena de horas semanais de atividades esportivas, e essa deve ser a causa da sua superioridade biométrica em relação as demais que não seguem esta carreira. O aumento da atividade física imposta pelo regime de estudo na educação física, modifica ainda o morfotipo dessas jovens no sentido da crescente robustez. No ultimo exame, com 22 anos, as futuras professoras de educação física mediam em media 1,66 (media 1,625), pesavam 60,3 Kg. (media 53,3) e seu perímetro torácico chegava a 86,5 (media 78,8).
23 - O esporte diminui o risco de crise nos epiléticos: Os especialistas reconhecem que a aceleração da ventilação devida aos exercícios tende a postergar o inicio do aparecimento das convulsões, e por redundância, o risco de chegada de uma crise seja na criança como no adulto epilético, mesmo se o mecanismo que é acionado pela atividade física ainda não é perfeitamente conhecido. Qualquer que seja a intuição do efeito terapêutico do esporte no epilético, mesmo na ausência de pesquisas mais profundas, retroage ao ano de 1941, quando W.G. Lennox afirmou: ”A atividade mental e física aparentemente é antagônica as crises”. O inimigo, a “epilepsia”, prefere atacar o paciente quando este não está se policiando, em outras palavras, quando dorme, repousa ou está cansado etc. Em verdade, o repouso inúmeras vezes é o fator que desencadeia a crise.
Trinta anos depois Livingston ratificou a opinião de Lennox dizendo: A maior parte dos epiléticos, depois que começam a desenvolver uma atividade física, passam a ter menos crises do que tinham antes disso.
Em 1973, durante uma discussão que se seguiu à exposição do Dr. Boucharlat, L. Marchand disse: “A exposição de J. Boucharlat e seus colaboradores me interessou particularmente, porque estou plenamente de acordo com as suas conclusões, ou seja, de fazer com que os epiléticos participem de determinadas provas esportivas, porque a pratica de exercícios físicos pode ter uma certa ação suspensiva nas crises epiléticas. Para corroborar sua opinião, citou o caso de um jovem de 25 anos, epilético desde os 7, que a ele fora levado até ele para uma consulta pelo tio, diretor de circo: durante a consulta descobri que o epilético era trapezista, e que jamais havia sofrido uma crise durante seu perigoso trabalho. Ao manifestar minha surpresa seu tio complementou: Quando veste seu belo uniforme é aplaudido, quando é aplaudido fica excitado, e ao excitar-se fica plenamente feliz. Neste estado jamais sofreu uma crise.
Entretanto, L. Marchand concluiu: Infelizmente, existem também jovens epiléticos que sofrem crises no decorrer de exercícios físicos e não os sofrem durante o repouso. Diante deste quadro, os médicos preferem privilegiar a própria tranqüilidade e impedem a todos os epiléticos de exercer atividades físicas intensas ou praticar esportes de contato. No entanto, o prejuízo causado pela inatividade provocada por esta superproteção, é muitas vezes mais importante do que o eventual risco de uma lesão esportiva ou a uma crise induzida pelo esporte. Conseqüentemente, o ideal é prescrever o esporte individualmente, caso por caso, porque a epilepsia estabilizada pelo tratamento ou higiene de vida é uma ambição de qualquer criança ou adolescente.
24 - O esporte dilata os vasos: O exercício físico continuo protege as artérias da arteriosclerose - uma infecção que se traduz na obstrução dos vasos sangüíneo e que pode provocar doenças cardíacas. Esta é a conclusão de uma pesquisa que foi publicada em 1998 na revista “Arterioscleroses, Thrombosis and Vascular Biology”. Paradoxalmente, segundo os pesquisadores, a pratica de esporte aumenta no organismo a taxa de radicais livres e moléculas oxidantes, mas é produzido também um fenômeno comparável ao das vacinas: nas pessoas que praticam esportes o organismo desenvolve defesas contra a oxidação.
A pesquisa: O British Medical Journal de Londres afirma que o melhor meio para se preservar contra esta enfermidade, que é a trombose coronária, é praticar exercícios físicos. A corrida a pé ou a marcha rápida, são os mais recomendados porque reduzem os perigos dos acidentes cardiovasculares. Foi depois de ter sido feita a autopsia do corpo de Clarence DeMar, o maratonista três vezes campeão dos Estados Unidos e sete vezes vencedor da maratona de Boston, que o diretor desta revista chegou a esta conclusão. As artérias coronárias deste defunto tinham como diâmetro o duplo da dimensão normal (Sport Mondial, 1962, Nro. 75, junho, p.23).
25 - O Esporte diminui os riscos da pílula: O risco de trombose para quem usa pílulas anticoncepcionais, por mais suave que seja, é muito real. Os osteo-progesticinos (pílulas contraceptivas), seriam os responsáveis por 2% das tromboses diagnosticadas, e causariam a cada ano a morte de 200-300 jovens nos Estados Unidos. Para evitar isso, segundo a conclusão do Dr. Salvatore Pizzo (publicação feita na “American Heart Association”), são suficientes 90 minutos de exercício físico semanalmente. A analise completa das mulheres que tiveram uma trombose sob o efeito dos osteo-progesticinos, permite concluir que é devida a um abaixamento significativo da sua taxa de ativação do plasminogeno – que é uma proteína-chave do sistema fibrinolitico. Este defice favoreceria a formação e a migração dos coágulos responsáveis pelas tromboses. Os autores do estudo sugerem que todas as mulheres que se submetem ao “tratamento da pílula”, para evitar o risco da trombose devem praticar três vezes por semana um exercício físico de trinta minutos.
Estas pesquisas demonstram que os esportes de resistência, como a corrida a pé, a marcha rápida, o ciclismo etc., quando são praticados sem fins competitivos, contribuem para curar ou amenizar quase que todos os males, porque aceleram o transporte do oxigênio dos pulmões até as regiões mais distantes do organismo.
Este aporte acelerado excita o cérebro a ponto de torná-lo mais eficiente em todas as suas funções, eficiência esta que permanece se a atividade física se mantem constante” O espírito, assim como o corpo, obtém benefícios de uma atividade física continua”, esta é a conclusão de uma serie de experiências realizadas pela equipe americana do Baylor College of Medicine.
Os benefícios da atividade física, sem esquecer da intelectual, também podem ser exaltados evidenciando os perigos que cercam a ociosidade e o sedentarismo.

Há pessoas que passam a vida esperando a hora de se aposentar. Para essas, novos estudos médicos trazem um alerta: a aposentadoria precoce pode ser um veneno para a saúde e precipitar doenças que encurtam a vida. A revista cientifica inglesa “British Medical Journal” acaba de divulgar os resultados de uma das pesquisas mais minuciosas já feitas sobre o assunto. Uma equipe de estudiosos acompanhou durante 26 anos, mais de 3500 funcionários de todos os níveis socioeconômicos da Shell americana, no Estado do Texas. Os dados colhidos revelaram que as pessoas que se aposentam aos 55 anos correm mais riscos de morrer antes do que aquelas que se aposentam aos 65 anos. Em media, os funcionários da Shell viveram até os 72 anos. Os que saíram do emprego aos 60 viveram até os 76. E os que se aposentaram aos 65 viveram até os 80. Além disso, os precoces mostraram ser 89% mais propensos a morrer nos dez anos seguintes à aposentadoria do que os que pararam de trabalhar mais tarde. “A pesquisa derruba a idéia de que se aposentar tarde encurta a vida. Isso não é verdade”, escreve o medico Shan Tsai, um dos autores do estudo.
Há basicamente duas explicações para a relação entre a aposentadoria e a morte precoce. Em primeiro lugar, a má utilização do tempo que sobra na vida de um aposentado pode levar ao aumento do stress, à depressão e ao sedentarismo, condições que estão na base de uma serie de distúrbios.
Um estudo envolvendo 52 países, chamado “Interheart”, avaliou associação entre fatores emocionais e a ocorrência de infarto. Dos mais de 11000 pacientes pesquisados, 16% relataram ter vivido eventos estressantes no ano anterior ao infarto. A aposentadoria foi um dos fatores de maior peso citados pelos doentes, ao lado de divorcio, falência e morte. Também já se sabe que a inatividade física está na raiz de doenças crônicas e distúrbios cardiovasculares.
A outra explicação é que a transformação no convívio social provocada pela aposentadoria tem influencia negativa na saúde. Muitas pessoas se definem pelo que fazem e pelo cargo que ocupam em uma corporação. Se perdem isso, podem perder também o entusiasmo. “Essa perda repentina de motivação pode ter impactos negativos sobre a saúde e o bem-estar”, explica o cardiologista Mauricio Wajngarten, chefe do departamento de cardiogeriatria do Instituto do Coração, de São Paulo. Quanto maior tiver sido a identificação com a empresa em que se trabalhou, mais difícil será a adaptação à vida sem ela. “As pessoas subestimam a importância do trabalho quando resolvem se aposentar”, diz Luiz Wever, sócio- diretor da consultoria Ray & Berndtson, especializada em gestão de talentos.
À volta para casa e para o convívio familiar pode ser altamente frustrante – não só para o aposentado, mas também para aqueles ao seu redor. Já existe até uma síndrome associada ao fenômeno: a síndrome dos maridos aposentados. “O homem volta para casa e a esposa passa a ser minha paciente”, conta à cardiologista Ângela Cristina dos Santos, do Instituto do Coração, que trabalha com prevenção de saúde de executivos. Ela cita o caso de um paciente que, uma vez aposentado, infartou no sitio que escolheu justamente para passar seus anos “tranqüilos”. O ex- executivo conseguiu estressar até os seus pacatos funcionários do campo. Ele distribuía memorandos aos empregados, com rigor incabível para a situação.
Fonte: revista Veja 16 de novembro 2005

Um comentário:

  1. De todos os seres da natureza, o homem é o único ser consciente pelos atos que pratica e o único que tem a capacidade de aumentar seus conhecimentos por vontade própria. Neste texto " Acautelar-se para evitar o pior",ajuda-nos a conseguir o sucesso sob todos os aspectos para se construir uma vida mais saudável e proporcionar uma maior longevidade ao nosso querido corpo e mente.

    "Idade não é o que a gente tem, mas sim o que a gente sente"... Pura realidade!

    Um tratado filosófico em relação à velhice, de arrepiar até quem não é muito velho assim. Um relato despojado da velhice sem pieguice. Tudo que escutamos até hoje sobre ser velho é ultrapassado. Esse livro apesar do amor impossível do escritor, sua intelectualidade posta à prova diante do desejo, ainda dialoga honestamente com a questão do velho e do homem.

    San

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